NO QUE ACREDITAMOS
CUIDA.
INVISTE.
PREVINE.
A música, tal como o resto da arte, é um dos maiores bens precisos de toda a humanidade.
Se a importância de uma boa parte da medicina está vocacionada para a cura da doença, é na prevenção que encontramos a nossa principal razão de ser.
A arte, dada muitas vezes como um bem adquirido, é um dos principais bens da humanidade para prevenir a doença e, talvez, a que tem o mais imediato impacto na saúde, sempre que retirada.
A atual Direção da Academia de Guitarra do Porto tem uma visão muito própria sobre a área da música e sobre a cultura em geral, atribuindo-lhes uma importância que a própria sociedade ainda não conseguiu exprimir por palavras e interiorizar o valor que daí advém para o seu bem estar, saúde e equilíbrio mental.
E porque a nossa crença sobre a importância da cultura e da música em particular é tão forte e tão óbvia aos olhos de todos nós, não descansámos enquanto não conseguimos colocar em prática um modelo global, de um único fio condutor, para o ensino, para a aprendizagem e para a evolução neste mundo tão rico de experiências e de sensações.
Não é importante para nós que todos os seres humanos sejam músicos, mas é muito importante para nós que todo o ser humano saiba tocar música, utilizando um qualquer instrumento.
Aqui acredita-se que, paralelamente ao estudo académico, o desporto, a música e a algoritmia ou o xadrez, fazem parte integrante do modelo completo de um sistema de ensino que perceba que a base de conhecimento dos seus cidadãos é heterogénea e, por isso, moralmente responsável pelo desenvolvimento das suas várias áreas cognitivas e motoras.
A Academia de Guitarra do Porto e a BUNKER RECORDS sabem a diferença que podem fazer na vida de cada amante de música, pelo seu complemento cultural, intelectual e de satisfação, pelo que concebeu um programa cujo principal foco assenta na simplicidade e na curiosidade que a música pode despertar, para depois levar cada indivíduo pelo caminho do conhecimento.
Assim, deixamos-te aqui um texto da nossa autoria que traduz de forma fiel o que pensa a Academia de Guitarra do Porto e a BUNKER RECORDS sobre a área da música e da cultura:
Tiremo-nos a literatura, a música, o cinema, e a arte em geral, e a humanidade adoece em menos de um ano, pois o ser humano não está preparado para suportar a vida sem elas.
A propósito de uma crise recente e sem igual na área de cultura, foram várias as pessoas que dissertaram, de forma clara e assertiva, sobre as brutais consequências da mesma, com especial ênfase em todos aqueles que, mesmo sendo responsáveis por tudo o que é cultura acabar por ver a luz do dia, estão escondidos dos olhares da ribalta e por detrás dos nossos grandes nomes, mas fazendo com que tudo aconteça.
Alguns desses textos deixaram também claro que “no nosso dia a dia, os heróis da cultura são todos aqueles que a fabricam no silêncio e anonimato”.
Assim, e aproveitando todos os balanços de quem tão bem resumiu o nosso problema no que toca à cultura, atrevemo-nos a complementar as suas análises com uma outra visão do mesmo problema.
E começamos a nossa análise pela área da saúde, deixando clara a ideia de que a cura é, quase sempre, o que aprendemos a fazer depois do mal-estar feito pois, em bom rigor, o grande desígnio da área da saúde é encontrar formas de evitar a doença e, só depois, curá-la.
Partindo deste princípio básico, teremos forçosamente de dar relevo às áreas de prevenção na área da saúde que, para esta nossa análise poderemos escolher, entre tantas outras, as áreas da nutrição e da psicologia, como elementos preventivos.
E agora que chegámos ao mais óbvio, vamos pensar um pouco mais além, e vamos tentar perceber, de uma vez por todas, a importância da cultura na prevenção da doença.
Como o espaço é sempre pouco para as palavras, tentaremos resumir a cultura a algumas das suas áreas mais visíveis ao ser humano, para que o exemplo seja mais bem entendido.
Analisemos então e para já, apenas a literatura, o cinema e a música, comparando-as com as outras áreas da saúde responsáveis pela prevenção da doença.
Para o ser humano, qualquer uma destas três áreas acabaram por se tornar um bem adquirido onde é possível, sem qualquer esforço, recordar todos os dias o seu histórico e viver diariamente as demais novidades que aparecem.
Mas este bem adquirido, aparentemente sem qualquer custo para os seus beneficiários, traz o sangue, o suor e o brutal sacrifício financeiro das gentes que o criaram e criam.
E, recordando o que alguns escreveram ao relembrar que grandes criadores dedicaram a vida a engrandecer este País e todos morreram longe da ribalta e do reconhecimento oficial, apetece-nos complementar acrescentando também o trágico não reconhecimento financeiro que deveriam ter obtido pela sua obra, deixada em vida.
Façamos então o seguinte exercício mental:
Tiremos da nossa vida diária os nutricionistas e os psicólogos como alguns dos agentes na prevenção da doença.
Adoecemos em semanas? Ou meses?
Talvez não, mas vamos deteriorando a alma e o corpo e, uns anos depois, estaremos doentes.
Tiremos então da nossa vida diária a literatura, a música e o cinema (e ainda todas as restantes forma de arte).
Mas tiremos também o seu passado para que não possamos recorrer às obras a que todos os dias recorremos.
E retiremos também as novas obras diárias do nosso presente.
Pensemos agora ao fim de quanto tempo iremos adoecer.
É que são precisamente estas áreas, tidas por tantos como bens adquiridos, que nos equilibram psicologicamente e às quais recorremos para nos distrairmos, para nos divertirmos, mas também para encontrarmos forças de superação nos momentos mais difíceis e até para potenciar os momentos já de si bons.
Tiremo-nos a literatura, a música e o cinema, e a arte em geral, e a humanidade adoece em menos de um ano, pois o ser humano não está preparado para suportar a vida sem elas.
E é precisamente aqui que está o valor da arte, na sua plenitude, na sua genialidade e na sua globalidade.
Acrescentemos então os historiadores, os professores, os técnicos, os agentes e tantos outros ligados à cultura e facilmente percebemos que qualquer Orçamento de Estado decidido para a área da Cultura deveria ter outra ponderação, ainda maior.
E um pouco mais que os nadas do passado, mesmo que dados à cultura por imposição de um povo aos governantes ou até apenas decidida por eles, só não se torna a doença da humanidade porque estes heróis continuam dedicados à arte, mesmo sofrendo na sua pele e na pele das suas famílias a indiferença de uma sociedade que se habituou a cuidar da sua saúde ser ter de pagar por isso.
Nada se muda num dia, mas muito se muda ao longo de algumas gerações. Passemos então a olhar de forma diferente todos os apoios criados pelas Câmaras Municipais e outros agentes, públicos ou privados, e a ensinar nas escolas o valor da cultura como agente preventivo da doença, e veremos certamente um dia o seu resultado financeiro nos heróis do amanhã.
Está tudo dito. E é nisto que acreditamos.